1 hora da madruga de hoje, na cozinha da minha casa:

Mami: Parabéns, nego. cof cof

Papito: Brigado, minha véia. cof cof

7 horas da manhã, no quarto de papito e mami:

kaka: Pois é, carinha. Quase cinquentão, hein?

Papito: É... Mas não me sinto com isso aí, não...

kaka: Mas tu é um garotão mesmo.

Papito: É assim que eu me sinto.

kaka: Bem, Parabéns de novo. E que os números se invertam, né?

Papito: 84? É uma idade boa pra chegar. Mas eu pretendo passar disso.

kaka: É, eu sei. 120.

E então, hoje o homem da minha vida tá de níver. \o/

Não posso deixar de registrar isso.

É difícil falar desse cara... muito difícil mesmo.

O Carinha é daquelas pessoas que sempre queremos por perto. Seja da família, colega de trabalho, simples conhecido... Ele transmite uma segurança e uma firmeza de caráter incríveis. É ele que me faz ver que os meus dramas são dramas, me faz ver os momentos em que estou levando as coisas muito a sério e aqueles em que tenho que levá-las mais a sério, é ele uma das poucas pessoas (juntamente com a sua mãe e a minha mãe) que não se deixa levar pelos meus rompantes e chantagens emocionais inconscientes (e conscientes). É o cara que me deixa P da vida quando peço que me ajude numa decisão e diz: "Tu pode fazer isso, e provavelmente vai acontecer isso, ou pode fazer aquilo e ver onde vai dar, é tu quem decide."

Meu pai tem mente aberta, mãos firmes, pés no chão e visão avançada.

Meu pai tem experiência de vida e sabe o que deve e o que não deve passar adiante.

Meu pai tem um jeito todo especial de fazer as pessoas verem que as soluções (todas elas) para os nossos problemas estão bem na nossa frente, só precisamos querer vê-las.

Não se trata de culto ao herói não. Já passei dessa fase.*

Na verdade, muito pelo contrário, eu vejo muitos defeitos nele. E vê-los, e perceber que mesmo assim ele consegue ser o cara maravilhoso que é, só me faz admirá-lo mais ainda. Saber do que ele já passou na vida, saber que apesar de tudo de ruim que ele já suportou ele consegue filtrar e só passar a mim e aos meus irmãos o que é bom... bem, isso me faz amá-lo cada vez mais.

Ele costuma dizer que "a gente escolhe a família onde vai nascer". Decididamente, não sei o que fiz pra merecer a oportunidade de escolhê-lo, mas agradeço a isso todo o tempo.

Porque eu sei que se depois, ao longo da vida, for difícil ser tão intensamente feliz de novo, eu vou poder agradecer a honra de ter conhecido essa felicidade. De ter sabido o que é o Amor Verdadeiro. Família. É isso aí.

Eu sei que o Carinha não vai ver isso aqui. Mas eu precisava externar, mesmo que não tenha sido, nem de longe, tudo o que ele merece que seja escrito sobre ele. Papito, te amo demais!

* Na minha fase de culto ao herói, havia na verdade uma heroína, que vinha a ser, aliás, mãe do Carinha que eu falei aqui. Mas isso é uma outra história....