30 julho, 2006

Coração é um bicho muito, muito esquisito. E inquieto. Sofre horrores por causa de alguém, nos faz jurar nunca se apaixonar novamente e, mal consegue se curar desse sofrimento, trata logo de eleger outro alguém!
Mas o diabo é que, mesmo racionalmente, mesmo quando dizemos "Nunca Mais!" a esta avalanche sentimental que é um novo amor, parece que, no fundo, estamos desejando sentir novamente.
Os poetas vêm dizendo isso através dos séculos, mas só quando sentimos é que podemos concordar com eles: nós precisamos estar apaixonados. Sorrindo ou chorando, necessitamos disso. É isso que nos mantém quentes...
E chegar à essa conclusão torna certas experiências mais fáceis de serem encaradas, nos torna mais leves...

21 julho, 2006

Eita!

Essa vida de adulto não é pra mim!
Caramba, semaninha cansativa! Acho que é a pressão psicológica... trabalhar o dia inteiro, ao invés de revezar (ou revesar? Xiii) entre escola e trabalho, exige mais responsabilidade.
Sei lá, mas graças à Deus a bendita semana está acabando.
Well, o lance é o seguinte: duas semanas de folga da escola esse ano (mais do que o normal, diga-se), então, trabalhei em dobro na primeira, pra poder vazar na segunda. E tô indo pra casa de vóvz amanhã, pra passar a semana.
Uêba!
Mas o que era pra ser uma ótima notícia já não é assim tão maravilhosa: descobri que mano 1 tbm vai! Ai Ai...
Já dá até pra ver, brigas todas as noites pra ver quem dorme na cama de casal do quarto de hóspedes (que chic!) e quem fica no sofá. O diabo é que só pra ele não me torrar a paciência, na maioria das vezes abro mão da cama (na qual tenho prioridade, aliás). Humpf!

Faz tempo que não passo a semana inteira na casa da minha "mentora intelectual", e se a presença do Gui (e seu violão-recém-adquirido-que-ele-ainda-não-sabe-tocar-mas-fica-tentanto-o-dia-inteiro) não vai facilitar muito a minha vida, também não vai ser uma penitência assim tão cruel... Bem, é isso querido diário.

(Respirando fundo) Let's go!

13 julho, 2006

Tem coisas...

...que são capazes de estragar o dia de qualquer um.

Sabem, eu tô gostando pácas de trabalhar no Hospital, na administração do Hospital, fique claro.
Ao contrário do que se pode imaginar, o clima é bem legal. O pessoal é super divertido, e eu me sinto útil no trabalho que faço.
De vez em quando eu fico na recepção pra recepcionista ir tomar café, ou sair pra onde for necessário, enfim. Já aprendi o serviço dali numa boa, só fico meio perdida quando chega emergência, que tem que ir abrindo caminho, chamando o médico... Mas nunca houve nenhum problema, afinal, tudo acaba se resolvendo...
Hoje, ela me pediu pra ir substituí-la enquanto ia no banco resolver um problema urgente urgentíssimo. Beleza. Só era a primeira vez que eu ficaria ali sem ela estar nas dependências do Hospital, mas tava bem calmo.
Pois é, eu não estaria escrevendo isso se tivesse ficado tudo calmo.
Chega a viatura da polícia à 1000 por hora na rampa, já corri pra ver se era alguém desmaiado, que precisasse de cadeira de rodas e tal. Mas não precisou, entrou um policial correndo com um bebê nos braços, e a mãe correndo atrás desesperadamente incoerente.
Para o que eu considero sorte minha já estavam ali na frente o médico e dois técnicos de enfermagem, vindos de todos os lados, mas incrivelmente combinados de estarem no lugar certo e na hora... bem, na hora certa de certo modo.
Não deixaram a mãe entrar na sala de emergência, obviamente, e ela não parava quieta ali na frente. Depois de acalmar o tumulto, mandar os curiosos de volta e dar um copo d´água pra mulher, consegui fazer a ficha e descobri as idades: 19 a mãe e 45 dias a filha. Bem, mães precoces são moda atualmente, e nem me assustei muito ao ouvir ela falar em "a minha mais nova" numa clara indicação de possuir outros filhos.
Resumindo a ópera, a recepcionista voltou, passei a situação pra ela e zarpei, subindo as escadas de volta à segurança emocional da administração.
O lance é que dá pra ouvir da minha sala as vozes lá embaixo.... e eu e as outras duas colegas que trabalham comigo ficamos meio perdidas, quer dizer, a criança tava sem respirar, naquela situação de ser impossível dizer o que vai acontecer, e a gente não dava jeito de trabalhar, agoniadas que estávamos com a encrenca que tava rolando.
Papo vai papo vem, acabamos por identificar a pessoa (sabem como é cidade pequena) e em 5 minutos estávamos a par da mãe irresponsável e relaxada que era esta em questão. Mas, droga, é uma mãe! E saber que ela não é lá muito cuidadosa com os filhos não nos impediu de ficar arrepiadas ao identificar a voz do médico lá embaixo e em seguida a da moça gritando "Eu te odeio! Eu te odeio!"...
É, o bebê morreu. E dá um aperto desgraçado no peito, apesar de saber da situação precária da família e tudo o mais, ver e ouvir o desespero da mãe ao receber a notícia. A família em questão vive mal e tem aquele monte de problemas típicos das famílias pobres desse país. Mas ela é mãe, e sua agonia era (é) real, e a criança... bem, além de não ter culpa, é alguém que simplesmente não teve tempo de conhecer o mundo...
Na real, a parte mais estranha pra mim é que um desastre como esse na vida particular de uma pessoa não nos atinge aqui, quer dizer, logo em seguida chegou outra emergência, uma velhinha passando mal, era necessária aquela sala onde pouco antes um bebê havia morrido, e as coisas voltam à correria cotidiana.
Um funcionário que estava na sala volta pro seu setor e em seguida vai fumar um cigarro no pátio e... eu fico me sentindo como se fôssemos todos insensíveis à desgraça alheia, mas, caramba, a gente não pode parar!
(suspiro) Bem, é isso aí, meu primeiro contato direto com a morte no Hospital de Caridade de Jaguaruna me detonou, mas, como sempre, a vida segue.