01 abril, 2005

Discussão Acirrada

A norte-americana Terri Schiavo foi a sensação das últimas semanas. Vivendo, se é que se pode dizer isso, em estado vegetativo há 15 anos, ela teve as aparelhagens desligadas por ordem judicial, depois de uma luta entre seu marido e pais que durou sete anos. Terri ainda sobreviveu sem os aparelhos por alguns dias, nos quais seus pais não desistiram de tentar religar as máquinas que mantinham a filha viva, e morreu ontem (31/03/2005).
A propósito, parece que essa família não se entende mesmo: agora a discussão é porque o marido quer cremar a Terri e os pais querem enterrar. Valha-me Deus!
A morte da norte-americana reacendeu as discussões sobre a Eutanásia, que já estava voltando à tona com o aparecimento do filme Mar Adentro, que retrata a vida de um homem que lutou pela própria morte, depois de passar 29 anos acamado, e eu, é claro, não pude deixar de entrar na dança e pensar no assunto também.
Eu creio que não desejaria viver numa situação como aquela, bem como não suportaria ver assim uma pessoa querida. Naturalmente acho triste a morte, a educação ocidental prega isso e não tenho como fugir de ter recebido esta educação. Mas vamos ser práticos, o tempo que a pessoa fica na cama, sem possibilidade de voltar à “vida”, é um tempo durante o qual a família não sorri. O que eu quero dizer é o seguinte: a gente sempre se recupera de uma morte (desde que não seja a nossa, é lógico), é preferível que a pessoa se vá e a família fique com as boas lembranças, do que ver a pessoa todos os dias numa cama sem reconhecer nada nem ninguém. Inevitavelmente a morte virá, mas depois as lembranças não serão assim tão boas.
Tenho certeza que a família Schiavo vai se recuperar, agora o drama acabou, é tocar o barco pra frente e ver no que vai dar.
Mas isso também tem muito a ver com as convicções religiosas das pessoas, de modo que facilita pra eu falar, já que as minhas convicções (se é que tenho) estão sendo constantemente questionadas por mim mesma.
Sempre tem aqueles que acreditam no que diz a Bíblia, os padres e afins até o último minuto de lucidez (com todo o meu respeito a estes a que me refiro), e as vezes isso os impede de ver as coisas com mais clareza. Deu pra sacar? Às vezes as coisas que são pregadas pela Igreja têm o condão de, ao invés de nos tranqüilizar, deixar-nos mais incertos ainda sobre a vida.
Ah! Por falar em Igreja, o Papa é outro que parece estar nas últimas. Já faz uns 8 anos (sem exagero) que eu ouço a minha avó dizer que deveriam aposentar ele, o pobre homem já não tem força pra nada faz um tempão, ela diz que ele é um “pássaro em gaiola de ouro”, não toma mais as decisões, só se responsabiliza por elas.
Ok. Vou parar de falar em Igreja pra não começar com as minhas críticas de praxe.
Au Revoir, mes amis.