18 maio, 2005

Mas tem outra coisa...

...pra me deixar triste hoje.
Mesmo trabalhando num lugar onde a gente sabe que existe rotatividade, como é o caso do Fórum, é brabo ter que ver isso acontecer. Bem, explica-se.
Hoje foi o último dia de trabalho de uma amigona daqui.
Eu sei que a vida é feita de fases, e que hoje uma encerrou-se pra mim, mas principalmente pra ela.
Pessoas vêm e pessoas vão. E sempre tem aquelas que deixam marcas mais profundas do que outras.
Aprendi muita coisa com ela. Na verdade, a gente aprende com todo mundo todos os dias, é tudo uma questão de percepção.
Mas tô falando de um caso em que eu aprendia conscientemente. Foi uma troca de experiências extremamente gratificante esse período em que pude ter uma amiga dessas tão próxima.
Claro que a amizade continua. E graças às maravilhas da modernidade, podemos nos falar por e-mail todos os dias.
Sabe aquelas pessoas que têm TUDO A VER contigo?
Ela é uma dessas. Apesar da diferença de 12 anos que há entre nós, do fato de que nossas vidas tiveram formações muito diferentes, do fato dela ter mais experiência na própria vida, ter filhos, bem, apesar de tudo isso, somos duas adolescentes deslumbradas.
E digo adolescente porque ela tem o espírito muito jovem.
Estamos ambas a conhecer a vida, embora de formas diferentes.
Foi estranho vê-la tirando os "rastros" da mesa, é verdade.
Mas estou desejando ardentemente que tudo tenha sido para o seu bem, para o seu crescimento mental e espiritual.
Enfim, sei muito bem que nos próximos dias ouvirei falar bastante nela, afinal, uma tagarelice daquelas faz falta. De vez em quando vai ter alguém dizendo: "Como ela faz falta", "Isso aqui tá muito silencioso sem ela".
Entretanto, daqui a pouco vem outro para ocupar a vaga, jamais será igual, mas terá as suas particularidades, suas dificuldades e suas alegrias para compartilhar conosco.
E embora não a esqueçamos, assim como ela de nós, cada um tem consciência de que a vida deve continuar.
Que isso aqui é uma máquina em movimento eterno, e que esta máquina não pode parar.

E para terminar, não vou citar Nietzsche, fico com uma frase do meu pai, mesmo:
"É triste a dor do parto, mas tenho que partir".