24 junho, 2005

Esse é longo,

se não tiver com paciência, volte outro dia. Ok?
Ou então vai lá nos comentários e diz que não tá com paciência...

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Já contei da minha amizade com a estagiária do Gabinete do Ministério Público?
Então, somos amigas. \o/
Ok, não era exatamente isso que eu ia dizer, mas tem a ver.
Bem, prossigamos.
Em Janeiro de 2004 saiu da nossa Comarca um Promotor de Justiça que havia ficado aqui por uns 03 ou 04 anos, mais ou menos. E essa minha amiga trabalhou com ele uns 02 anos.
Depois de um tempo, ela mandou pra ele um e-mail bem animado, contando as novidades, enfim, super simpático. E o Dr. respondeu de forma um tanto...hum...fria.
Minha amiga caiu do cavalo, quer dizer, ela jamais imaginaria que ele respondesse dessa forma, afinal, era super simpático quando trabalhava aqui.
Até aí a história não tem nada a ver comigo, eu sei.
Acontece que no ano passado ficamos sem Promotor titular, era feito revezamento mensal entre alguns Promotores de Comarcas vizinhas, que vinham 01 ou 02 vezes por semana.
E um desse Drs. foi uma das pessoas mais cativantes que já conheci. Até hoje eu lembro daquele jeito bem desbocado de falar, meio maluquinho, sabe. Parecia um adolescente. Um cara maravilhoso. O que mais me surpreendeu, no entanto, foi ele confiar tanto em mim e naquela minha amiga, a ponto de nos contar coisas extremamente pessoais.
Ele substituiu aqui por uns 05 meses, creio eu, alternados. E a última vez que o vimos foi em dezembro passado.
Bem, no dia 21, última terça-feira, foi aniversário dele. No dia anterior estávamos super empolgadas pra ligar e dar os parabéns.
Até que lembramos do episódio com o outro Promotor e começamos a ficar apreensivas.
O nosso dilema era o seguinte: como fãs de carteirinha daquele cara, a gente ficou com medo dele reagir da mesma forma que o outro, e isso ia abalar as estruturas de várias idéias que temos formadas, não apenas a respeito dele, mas de outras coisas que ele representa pra nós.
Aí pensei: “bom, se for pra nos decepcionarmos com ele, então vamos acabar com isso logo”. Ligamos.
E foi tão legal ele reconhecer minha voz logo de cara, e conversar daquele jeito maroto que nos conquistou. Aliviada, olhei pra minha amiga e confirmei: “é ele mesmo”.

Esse episódio me fez pensar em quantas vezes deixamos de fazer as coisas por medo do que pode acontecer. E quando eu lembro que ele disse que os estagiários da Comarca em que era titular na época, e na qual ficou por quase 02 anos, não ligaram, penso que ele sentiria se não tivéssemos encarado aquele medo bobo e ligado.
Mania de tempestade em copo d’água, né.
Eu mesma estou vivendo uma situação tem muito a ver com aquilo que escrevi ali em cima. Por medo da reação, estou a mais de 01 ano sem falar com alguém muito querido.
Aí de vez em quando me pego pensando que eu me odiaria se fosse falar com essa pessoa e ela reagisse naturalmente, como fez meu amigo Promotor. Me odiaria por ter demorado tanto a ir lá e falar.
Então, dessa vez por medo de me ficar me odiando, deixo as coisas como estão.

É o medo, sempre ele espreitado em algum canto da nossa vida.
E eu que pensei que não tivesse medo de nada além do próprio medo...

4 Comments:

At 10:35 PM, Blogger arnoanderson said...

Vai e fala.
A alma fica leve, experiência própria...

 
At 4:45 PM, Blogger arnoanderson said...

Outra coisa:
Agora que percebi a mudança da frase lááá no título.
Eu sempre gostei dessa passagem do livro, e tiha esquecido.
Obrigado por lembrar!

 
At 1:17 AM, Anonymous Anônimo said...

eu costumo pensar demais nas possíveis conseqüências ruins de algum ato que eu possa realizar. até aí, tudo bem. mas eu não sou nem um pouco coerente. digamos que eu, pensando, descubra que o meu suposto ato me renderá 17 conseqüências boas e 2 ruins. eu penso demais nessas 2 e acabo não realizando o ato. eu queria mudar :\

 
At 7:11 PM, Blogger Kaka said...

Arno, valeu o conselho.

M., Boa sorte com seus fantasmas.

Arno de novo, amo o diálogo do Príncipe com a Raposa.

Louca, é exatamente assim que eu vejo.

Jean, espero que consigas mesmo mudar. Na maioria dos meus atos, eu nem penso que possam haver consequencias ruins!

 

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